Após a exaustiva e estressante produção de Apocalypse Now, Francis Ford Coppola queria apenas voltar às origens. Ele, que foi o primeiro estudante graduado em Cinema por uma universidade nos Estados Unidos a obter sucesso, decidiu dar um novo rumo à sua carreira. Na época em que estudava, o jovem cineasta se espelhava nos filmes dos franceses da Nouvelle Vague. Aliado a isso, ele sempre gostou de experimentar novos equipamentos e formas narrativas. Com essa motivação, e sem o “Ford” no meio do nome, Coppola dirigiu O Fundo do Coração, em 1982. No ano seguinte, ele levou às telas dois romances da escritora S.E. Hinton. Um foi O Selvagem da Motocicleta, com roteiro dele e da própria autora. O outro, adaptado por Kathleen Rowell, foi este Vidas Sem Rumo. A história se passa em Tulsa, no ano de 1966. A vida para os jovens daquele lugar apresenta apenas duas opções: ser certinho ou fazer parte de uma gangue. Uma delas, os Greasers, era formada por sete amigos. Certo dia, dois deles se envolvem em uma briga com a rival Socs, e o confronto termina em morte. Isso muda por completo a vida do grupo. O elenco, composto por futuros astros, tinha Matt Dillon e C. Thomas Howell como destaque. Tom Cruise, que veio a se tornar o mais popular de todos eles, é um simples coadjuvante e, acreditem, era considerado pelas meninas de então o mais feio dos Greasers. Em Vidas Sem Rumo, Coppola conduz uma história que é, em sua essência, um ritual de passagem. E o faz com sensibilidade e extraindo desempenhos memoráveis do um bando de jovens atores ainda com pouca experiência e sem vícios de interpretação.
VIDAS SEM RUMO (The Outsiders – EUA 1983). Direção: Francis Ford Coppola. Elenco: Matt Dillon, C. Thomas Howell, Ralph Macchio, Patrick Swayze, Rob Lowe, Emilio Estevez, Tom Cruise, Diane Lane, Leif Garrett e Tom Waits. Duração: 114 minutos. Distribuição: Universal.
Uma resposta
Um pequeno GRANDE Coppola!