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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

VAZANTE

A carioca Daniela Thomas é cria do teatro, onde se destacou como cenógrafa, figurinista, iluminadora, dramaturga e diretora. A partir de 1996, ela se envolveu também com o cinema, quando dirigiu Terra Estrangeira junto com Walter Salles. Desde então foram dez trabalhos audiovisuais. Vazante, de 2017, é seu nono filme. O roteiro, escrito por ela e Beto Amaral, nos leva ao início do século XIX, no interior de Minas Gerais. Lá, em uma fazenda perdida no meio do nada, temos um microcosmo do Brasil da época. No local há brancos, negros escravizados nascidos no país e negros recém-chegados da África. Nesse ambiente reina a incomunicabilidade. Na verdade, há poucos diálogos aqui. E quem fala não se faz entender. Apesar de a história se passar 200 anos atrás, infelizmente parece que as coisas não mudaram tanto assim desde então. E essa dificuldade em se comunicar é marcante na divisão de classe entre negros escravizados brasileiros e seus irmãos africanos. Da mesma forma que entre Antônio (Adriano Carvalho) e sua jovem esposa Beatriz (Luana Nastas). É palpável a tensão que paira no ar daquela fazenda. Simbolicamente temos é um microcosmo de um período que já deveria ter passado, mas que insiste em continuar presente. Thomas registra tudo com uma frieza que incomoda, reforçada pela fotografia em preto e branco de Inti Briones. Porém, bastante coerente com a proposta narrativa apresentada pela diretora.

VAZANTE (Brasil 2017). Direção: Daniela Thomas. Elenco: Adriano Carvalho, Luana Nastas, Sandra Corveloni, Roberto Audio, Juliana Carneiro da Cunha, Vinícius dos Anjos, Fabrício Boliveira e Maria Helena Dias. Duração: 116 minutos. Distribuição: Europa Filmes/Amazon Prime.

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