Não existiria o que conhecemos hoje como Cinema Russo se não fosse por nomes como Dziga Vertov e Serguei Eisenstein. O Cinema, como um todo, não seria o mesmo sem eles. Principalmente, e aqui não há exagero algum, sem os experimentos de Vertov. Em particular, o documentário Um Homem Com Uma Câmera, que ele dirigiu em 1929. Ao longo de quase 40 anos, Vertov realizou dezenas de filmes, porém, se tivesse realizado apenas este, seu nome continuaria com a mesma importância que tem na História da Sétima Arte. Um Homem Com Uma Câmera deu ao cinema uma liberdade de expressão até então inimaginável. Vertov rompeu todos os paradigmas existentes e nos levou a um patamar visual de completa revolução. Não há outra palavra que não “impactante” para descrever a sensação provocada pelo experimento de Vertov. Isso valeu na época do lançamento do filme e vale ainda hoje. É possível perceber a influência exercida por esta obra em tudo que foi feito nas décadas seguintes. Vertov “brinca” com a câmera e nos revela um mundo cheio de possibilidades. Um mundo que estava diante de nossos olhos e não havíamos visto por inteiro. Depois dele, a porta foi aberta e, felizmente, ainda não foi fechada.