Em quase 50 anos de carreira, o inglês Richard Eyre é bastante respeitado em seu país por conta das peças e filmes que dirigiu. Da mesma forma, o escritor Ian McEwan construiu uma sólida carreira literária. Em Um Ato de Esperança os dois artistas unem forças e McEwan adapta seu próprio livro para Eyre dirigir. A história gira em torno de Fiona Maye (Emma Thompson), poderosa juíza da Alta Corte britânica. Ela parece ter atração por casos polêmicos e não se furta a tomar decisões de acordo com o que consta da lei e não da moral. De um caso sobre a separação de gêmeos siameses ao de um jovem de 17 anos que se recusa a receber uma transfusão de sangue por razões religiosas. Maye aplica sempre a lei com rigor e Thompson, como de costume, está perfeita em sua interpretação. Há, no entanto, um problema em Um Ato de Esperança. Parece que são dos filmes em um, tipo o lado “profissional” da juíza e seu lado “pessoal”. O primeiro é bem mais interessante e funciona muito bem. Já o outro revela-se deslocado. Isso, porém, não tira nosso interesse da história que é contada aqui e, principalmente, pelas questões que ela levanta.
UM ATO DE ESPERANÇA (The Children Act – Inglaterra 2017). Direção: Richard Eyre. Elenco: Emma Thompson, Stanley Tucci, Fionn Whitehead, Ben Chaplin, Jason Watkins, Rosie Cavaliero, Nikki Amuka-Bird e Anthony Calf. Duração: 105 minutos. Distribuição: A2 Filmes.