O cineasta dinamarquês Lars von Trier havia recém-saído de uma clínica quando iniciou o que ficou conhecido depois como “trilogia da depressão”. O primeiro foi este Anticristo, de 2009, seguido por Melancolia, de 2011, e Ninfomaníaca, feito em 2013 e dividido em duas partes. Centrado em um casal, ele (Willem Dafoe) e ela (Charlotte Gainsbourg), que está devastado pela morte do único filho e se muda para uma casa no meio da floresta para tentar superar aquele trauma. Há em Anticristo a questão do lidar com o luto e a dor e desespero que ele traz. Isso termina por desencadear estranhos acontecimentos com fortes consequências para ambos. Von Trier explora com profundidade a tensão que se instala naquele casal e não foge de temas e abordagens que são recorrentes em sua filmografia. A história é dividida em quatro capítulos, além de um prólogo e um epílogo. Se você não está familiarizado com a obra de von Trier, é bem provável que sinta algum incômodo. No caso de Anticristo, esse incômodo vale também até para os iniciados nos trabalhos do diretor. Mas no caso dele, incomodar e polemizar faz parte do pacote. Se não fosse assim, não seria um filme de Lars von Trier.
ANTICRISTO (Antichrist – Dinamarca/Alemanha/França/Suécia/Itália 2009). Direção: Lars von Trier. Elenco: Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg. Duração: 110 minutos. Distribuição: Califórnia Filmes.