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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

SELMA

Cinebiografias são sempre terreno fácil e perigoso ao mesmo tempo. Fácil pois, quando trata da vida de alguma figura pública ou histórica muito conhecida, a perspectiva de uma boa bilheteria é quase certa. Perigosa quando tenta abarcar a vida inteira do retratado. O que muitas vezes faz com que momentos importantes sejam tratados superficialmente. A diretora americana Ava DuVernay optou por fazer um recorte bem específico e fundamental na trajetória do líder negro Martin Luther King Jr. e sua luta pela igualdade de direitos entre brancos e negros nos Estados Unidos. Seu filme Selma se concentra na marcha organizada por Luther King, vivido pelo ator David Oyelowo, em 1965, entre a cidade que dá título ao filme e a capital do estado do Alabama, Montgomery. O objetivo daquela caminhada pacífica era permitir aos afro-americanos o direito de votar. O roteiro, escrito por Paul Webb, teve produção da apresentadora Oprah Winfrey, que tem um papel pequeno, porém, de grande importância nesta história. Outro ponto positivo de Selma, além do recorte temporal, diz respeito à maneira como Luther King é mostrado aqui. DuVernay e Webb não o santificam nem escondem suas falhas. E neste ponto, convém destacar a interpretação mais do que precisa e cheia de sutilezas de Oyelowo. Ignorado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, Selma recebeu apenas duas indicações ao Oscar: melhor filme e melhor canção. Ganhou na segunda categoria com Glory, composta por Common e John Legend. Merecia mais.

SELMA (Selma – EUA 2014). Direção: Ava DuVernay. Elenco: David Oyelowo, Carmen Ejogo, Tom Wilkinson, Giovanni Ribisi, Oprah Winfrey, Caly Chappell, Haviland Stillwell, Dylan Baker, André Holland e Tim Roth. Duração: 128 minutos. Distribuição: Buena Vista.

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