Luís Sérgio Person era um artista inquieto. Era ator, roteirista, produtor e diretor. Trabalhava com teatro, publicidade e cinema. Teve uma carreira breve, porém, intensa. Morreu prematuramente, aos 39 anos. São Paulo, Sociedade Anônima, que escreveu e dirigiu em 1965, é seu primeiro longa e muitos o consideram seu melhor filme. A história se passa entre os anos de 1957 e 1961 e tem como condutor a personagem de Carlos (Walmor Chagas). Ele vê sua vida mudar completamente após a chegada da indústria automobilística na região do ABC paulista. Em pouco tempo, o operário Carlos se torna gerente e sócio de uma fábrica de autopeças. Person traça aqui um preciso painel das grandes transformações sociais ocorridas na maior cidade do país a partir da trajetória de Carlos. E de quebra, aproveita também para elaborar uma contundente crítica a uma sociedade emergente de classe média, que vive nos grandes centros urbanos e se baseia em consumir e cultivar hábitos fúteis. Person iniciou sua carreira na TV Tupi, em meados dos anos 1950. Depois, teve que abandonar a arte para trabalhar em uma empresa, onde permaneceu por dois anos. Veio daí a inspiração para a trama de São Paulo, Sociedade Anônima.
SÃO PAULO, SOCIEDADE ANÔNIMA (Brasil 1965). Direção: Luís Sérgio Person. Elenco: Walmor Chagas, Eva Wilma, Otello Zelloni, Ana Esmeralda, Omar Cardoso, Etty Fraser e Darlene Glória. Duração: 107 minutos. Distribuição: VideoFilmes.
Uma resposta
Trata-se aqui, além de bom cinema, um filme de grande importância para a nossa cinematografia. É daqueles para ver e comprar um exemplar para rever e rever e rever.