Na segunda metade dos anos 1960, época em que Persona, do cineasta sueco Ingmar Bergman, foi lançado nos cinemas brasileiros, ele recebeu o título de Quando Duas Mulheres Pecam. Somente 40 anos depois, com o lançamento em DVD é que o filme foi batizado de Persona. Se bem que os fãs de Bergman sempre se referiram a ele pelo título original. 33º filme do diretor e roteirista, acompanhamos aqui a história de uma atriz de teatro de grande sucesso, Elisabeth Vogler (Liv Ullmann), que sofre uma crise emocional e perde a fala. Para se recuperar, ela vai morar em uma casa de campo, onde fica sob os cuidados de uma enfermeira, Alma (Bibi Andersson), que é sua admiradora e tenta descobrir a razão de sua mudez. A partir daí, completamente isoladas, essas duas mulheres desenvolvem uma forte, intensa e emocional relação. O que permite que as atrizes nos presenteiem com estupendos desempenhos, para dizem o mínimo. Persona é um dos filmes mais lembrados de Bergman. Poderíamos até dizer que talvez seja seu trabalho mais popular. Se isso for possível. O certo é dizer que se você nunca tiver visto um filme de Bergman, não comece por Persona. Trata-se de uma obra que exige uma certa familiaridade com o universo bergmaniano. Simbologia e metalinguagem, projeção e representação, além de outros recursos narrativos utilizados pelo diretor, transformam Persona em uma viagem marcante pela psique humana. Em tempo: em Portugal o filme é conhecido como A Máscara.
PERSONA (Persona – Suécia 1966). Direção: Ingmar Bergman. Elenco: Bibi Andersson, Liv Ullmann, Gunnar Björnstrand, Jörgen Lindström e Margaretha Krook. Duração: 85 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Concordo com o Marden. Melhor deixar o Persona como um segundo ou terceiro filme do Bergman a ser visto. Todavia, imagino ser curioso assistí-lo assim, desarmado. Se alguém fizer isso, deixe um post no blog sobre o assunto!