Não é fácil fazer um bom melodrama. As armadilhas são inúmeras. Nas mãos de um cineasta pouco talentoso, é desastre certo. Não é o caso de Douglas Sirk, cineasta alemão que migrou para Hollywood no início dos anos 1940 e se consolidou como grande mestre de obras melodramáticas. Muitas delas, oito no total, estreladas por Rock Hudson, como este Palavras ao Vento, de 1956. O roteiro de George Zuckerman é baseado no romance de Robert Wilder e nos apresenta a poderosa e milionário família Hadley. O patriarca Jasper (Robert Keith) fez fortuna com a exploração de petróleo e tem uma relação bem ruim com os filhos Kyle (Robert Stack), um alcoólatra, e Marylee (Dorothy Malone, vencedora do Oscar de atriz coadjuvante por este papel), uma ninfomaníaca. No meio deles, Mitch Wayne (Hudson) e Lucy Moore (Lauren Bacall). Sirk já inicia sua narrativa de maneira ousada estabelecendo uma ruptura linear meio que de trás pra frente. O apuro visual do diretor se faz notar facilmente no uso das cores. Em especial, o vermelho e o amarelo, que o fotógrafo Russell Metty, que já havia trabalhado com Sirk no ano anterior em Tudo Que o Céu Permite, ressalta magnificamente.
PALAVRAS AO VENTO (Written on the Wind – EUA 1956). Direção: Douglas Sirk. Elenco: Rock Hudson, Lauren Bacall, Robert Stack, Dorothy Malone, Robert Keith, Grant Williams e Robert J. Wilke. Duração: 99 minutos. Distribuição: Classicline.