Robert Zemeckis sempre foi um cineasta fascinado por tecnologia. Uma rápida conferida em sua filmografia comprova isso. Da trilogia De Volta Para o Futuro, passando por Uma Cilada Para Roger Rabbit, Forrest Gump, Contato e Náufrago, todos utilizam a tecnologia de maneira inteligente e criativa. Entre 2004 e 2011, Zemeckis se envolveu em projetos que exploraram a chamada “captura de desempenho”, em que os atores possuem pontos eletrônicos espalhados pelo corpo e que transmitem todos os movimentos para um computador. Os filmes feitos nesse período não renderam o esperado e Zemeckis terminou tendo que aceitar um trabalho de encomenda. O Vôo, de 2012, foi esse trabalho. O roteiro, escrito por John Gatins, conta a história do piloto Whip Whitaker (Denzel Washington), um piloto experiente que consegue aterrissar um avião após um acidente. Aclamado como herói, a vida de Whip muda por completo quando descobrem vestígios de álcool e drogas em seu sangue. Tecnicamente impecável e com um elenco dos mais competentes, O Vôo incomoda pela forma realista como suas personagens e situações são tratadas. Apesar de o filme terminar de maneira um pouco conservadora, o caminho até lá é dos mais satisfatórios.