O cineasta japonês Yasujiro Ozu é um dos grandes mestres do cinema mundial. A maneira peculiar de filmar usando uma câmara baixa, com se estivesse sentada em um tatame, bem como o uso de lentes 50 mm, as que mais se aproximam do olho humano, são suas marcas registradas. Além disso, Ozu gostava de contar histórias sobre dramas e relações familiares. Também Fomos Felizes, que ele escreveu e dirigiu em 1951, é o filme do meio de uma espécie de trilogia, formada por Pai e Filha, de 1949, e Era Uma Vez em Tóquio, de 1953. Aqui, somos apresentados à família de Koichi e Shukichi Mamiya (Chishu Ryu e Ichiro Sugai). Eles estão à procura de um marido para Noriko (Setsuko Hara), sua filha mais nova, que trabalha como secretária em um escritório em Tóquio. O problema é que ela é independente financeiramente e não pensa em se casar. Muito menos aceitar um casamento arranjado. Nas mãos de um diretor pouco talentoso, esse argumento seria apenas mais um “draminha de família”. Através da lente de Ozu essa história, aparentemente simples, se transforma em um primor narrativo. Um feito que só os mestres são capazes de realizar.
TAMBÉM FOMOS FELIZES (Bakushu – Japão 1951). Direção: Yasujiro Ozu. Elenco: Setsuko Hara, Chishu Ryu, Chikage Awashima, Kuniko Miyake, Ichiro Sugai, Chieko Higashiyama e Haruko Sugimura. Duração: 124 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
OZU. Um nombre obrigatório em qualquer locadora ou coleção de filmes. Um MESTRE para quem o cinema existe como arte.