No início do ano de 1933, Adolf Hitler e o partido nazista assumem o controle da Alemanha. Fritz Lang já havia realizado duas obras máximas do Cinema: Metrópolis, em 1927, e M – O Vampiro de Dusseldorf, em 1931, seu primeiro filme falado. Apesar de meio judeu, tanto Hitler quanto Joseph Goebbels, seu ministro da propaganda queriam Lang apoiando o governo. Diz a lenda que Metrópolis era o filme favorito do füerer. Foi neste contexto que o cineasta lança O Testamento do Dr. Mabuse, filme que retoma a personagem dos dois filmes de 1922, Dr. Mabuse – Parte 1: O Jogador e Dr. Mabuse – Parte 2: O Inferno do Crime. Novamente interpretado pelo ator Rudolf Klein-Rogge, desta vez um inspetor de polícia, Lohmann (Otto Wernicke), investiga uma série de crimes que revelam uma conexão com o misterioso Dr. Mabuse. Segundo filme sonoro de Lang, O Testamento do Dr. Mabuse foi proibido, ou melhor, banido da Alemanha, por ordem expressa de Goebbels, sob a alegação de que o filme poderia tirar do povo a confiança nos políticos. Isso, além de uma série de outros motivos que envolvem as idéias e as origens do diretor, fizeram com que ele fosse embora de seu país, em auto-exílio que durou quase trinta anos. Primeiro, fez uma parada rápida na França e depois, se fixou por duas décadas nos Estados Unidos, passando, em seguida por outros países, inclusive a India. A personagem do Dr. Mabuse foi mais uma vez retomada por Lang quando, em 1960, ele voltou para a Alemanha e dirigiu Os Mil Olhos do Dr. Mabuse, seu último filme.