Cineastas mulheres são muito raras. Em qualquer parte do mundo. O que torna O Sonho de Wadjda praticamente obrigatório é o fato de ele ser o primeiro filme da Arábia Saudita dirigido por uma mulher. No caso, a roteirista e diretora Haifaa Al-Mansour. Ela estudou Literatura no Egito, depois, se formou em Cinema em Sidney, na Austrália. Depois de formada, realizou três curtas e um documentário, Women Without Shadows (Mulheres Sem Sombras), que foi exibido em 17 festivais internacionais. O Sonho de Wadjda é seu primeiro longa de ficção. O roteiro, escrito pela própria diretora, conta a história de Wadjda (Waad Mohammed), uma menina de 12 anos que vive em Riade, capital da Arábia Saudita. Diferente de suas colegas, ela usa calça jeans, tem um tênis all-star e adora ouvir rock. Seu sonho é ter uma bicicleta para disputar uma corrida com seu melhor amigo, Abdallah (Abdullrahman Al Gohani). Singelo, espirituoso, bem humorado e edificante, O Sonho de Wadjda tem alguns problemas em sua estrutura narrativa. Porém, estas falhas não impedem o espectador de se envolver e torcer entusiasticamente para que a pequena Wadjda realiza seu grande sonho.