O francês Robert Bresson teve uma carreira de quase 50 anos no cinema. Além dos filmes que dirigiu, todos eles de grande importância, Bresson também foi um cineasta que escreveu suas impressões sobre a Sétima Arte, em especial no livro Notas Sobre o Cinematógrafo, que serviu de inspiração para os dinamarqueses criarem o movimento Dogma 95. O Dinheiro, de 1983, foi seu último trabalho como diretor. O roteiro, que ele também escreveu, se baseia em um conto Bilhete Falso, do russo Leo Tolstói. O filme conta a história de Yvon Targe (Christian Patey), um jovem entregador que é acusado de passar notas de dinheiro falsas. Condenado e preso, ele nem se defende. Tempos depois, já em liberdade, ele desenvolve um insuspeito desejo de matar. Bresson, fiel ao seu estilo, faz um belo trabalho com o uso das cores, principalmente o verde. O diretor discute com bastante sagacidade temas como ambição e culpa, crime e castigo, além, é claro, da força que o dinheiro exerce na vida de todos nós. Vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes de 1983, O Dinheiro é um brilhante testamento cinematográfico de seu diretor.
O DINHEIRO (L’Argent – França 1983). Direção: Robert Bresson. Elenco: Christian Patey, Sylvie Van Den Elsen, Caroline Lang, Vincent Risterucci, Michel Briguet e Marc Ernest Fourneau. Duração: 81 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Um Bresson é sempre obrigatório. Quanto mais um derradeiro!