Natural de Santa Catarina, Rogério Sganzerla mudou-se para São Paulo, onde seu envolvimento com o cinema começou no melhor estilo Nouvelle Vague, ou seja, escrevendo sobre filmes em um jornal. O primeiro curta, chamado Documentário, foi realizado em 1966. O primeiro longa, O Bandido da Luz Vermelha, veio dois anos depois. Com roteiro dele próprio, o filme conta a história de Jorge (Paulo Vilaça), um assaltante de casas de luxo, que opera de maneira bem peculiar. Seu método deixa a polícia completamente desnorteada. Apesar de contemporâneo do Cinema Novo, O Bandido da Luz Vermelha não segue a cartilha do movimento. Esta obra visceral de Sganzerla inaugura o que depois ficou conhecido como Cinema Marginal. Seu estilo se aproxima muito dos filmes de Jean-Luc Godard, uma das grandes influências do diretor, junto com Orson Welles, seu ídolo maior. Uma característica marcante deste trabalho é o modo como o humor é inserido na trama. Ninguém é poupado aqui e Sganzerla rompe com os padrões narrativos da época. Esta edição especial lançada pela Versátil traz a versão restaurada do filme, além de farto material extra.
O BANDIDO DA LUZ VERMELHA (Brasil 1968). Direção: Rogério Sganzerla. Elenco: Paulo Vilaça, Helena Ignez, Sérgio Hingst, Luiz Linhares, Pagano Sobrinho, Roberto Luna, Sônia Braga e Ítala Nandi. Duração: 92 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Um filme importante em nossa cinematografia. Dos que se deve ter em casa!