O australiano Adam Elliot trabalha com animação desde 1996. Em quase três décadas na área já realizou seis curtas e dois longas animados com a técnica de stop motion, onde os movimentos são fotografados quadro a quadro. Um desses curtas, Harvie Krumpet, ganhou, em 2004, o Oscar de melhor curta de animação. Em 2009 ele nos brindou com Mary e Max: Uma Amizade Diferente. 15 anos depois ele nos apresenta seu segundo longa, Memórias de Um Caracol, indicado ao Oscar 2025 na categoria de melhor animação. O roteiro, do próprio Scott, é baseado nas memórias de Grace Pudel. A história se passa na Austrália, nos anos 1970, onde acompanhamos a jornada de Grace. Sua vida é uma tragédia só e fica mais trágica ainda quando ela é separada de seu irmão Gilbert. Seu único consolo é a coleção de caracóis e porquinhos-da-índia. Tudo muda quando ela conhece Pinky, uma excêntrica idosa que se torna sua amiga e confidente. Isso permite que Grace, gradativamente, comece a sair da concha que criou em torno de si. A exemplo do longa anterior, Elliot nos traz outra vez personagens solitários que encontram alento na amizade que cultivam. E junto temos outras questões importantes, como preconceitos os mais diversos, que são colocadas como pano de fundo. Trata-se de uma animação para “gente grande”, mas que poderá agradar “gente pequena” também. Além de ser plasticamente bonita. Em tempo: Caracóis são recorrentes na filmografia de Adam Elliot.
MEMÓRIAS DE UM CARACOL (Memoir of a Snail – Austrália 2024). Direção: Adam Elliot. Animação. Duração: 95 minutos. Distribuição: IFC Films.
