A ideia para o roteiro de Kill Bill surgiu em 1994, quando Quentin Tarantino estava promovendo Pulp Fiction. Primeiro veio a criação da personagem sem nome, conhecida simplesmente como “a Noiva”, uma parceria entre o diretor e a atriz Uma Thurman. O projeto não andou além disso na época. Tarantino dirigiu então Jackie Brown e depois ficou seis anos sem dirigir filme algum. Nesse hiato, ele desenvolveu o resto da história e esperou o nascimento do segundo filho de Uma para iniciar as filmagens. Kill Bill é uma história de vingança. Inicialmente seria apenas um filme, porém, ficou longo demais e a Miramax sugeriu então que ele fosse dividido em duas partes, ou volumes, como terminou acontecendo. A trama começa com a Noiva (Thurman) acordando de um coma de cinco anos. Ela tem apenas um desejo: se vingar de Bill e seus comparsas, os responsáveis por sua “quase” morte. É curioso perceber que, apesar de contar uma única história, existem diferenças bem marcantes entre os volumes 1 e 2. O primeiro é mais dinâmico e colorido e Tarantino faz uso de recursos narrativos bem distintos, como o anime japonês, por exemplo, e o uso do preto-e-branco, além de fazer uma grande homenagem aos filmes de artes marciais. Já o segundo, é mais intimista e focado nos diálogos e tem como homenageado maior o italiano Sergio Leone e seus faroestes. Da mesmo maneira que havia ressuscitado a carreira de John Travolta, em Pulp Fiction, e de Pam Grier, em Jackie Brown, Tarantino ressuscita aqui a carreira de David Carradine, mais conhecido como o “gafanhoto”, da série de TV dos anos 1970 Kung Fu. Ele vive Bill, aquele que a Noiva quer matar. Os dois volumes são bem violentos, porém, não se trata aqui de uma violência gratuita. Ela é sempre contextualizada e, antes de tudo, é uma violência gráfica, onde o sangue, como diria Jean-Luc Godard, não é sangue, é vermelho. Para ver um atrás do outro e prestar atenção, bem perto do fim do Volume 2, em um diálogo travado entre Bill e a Noiva, onde ele elabora uma interessantíssima teoria sobre o Super-Homem.
KILL BILL: VOLUMES 1 e 2 (Kill Bill: Vol. 1 & 2 – EUA 2003/2004). Direção: Quentin Tarantino. Elenco: Uma Thurman, Lucy Liu, Vivica A. Fox, Daryl Hannah, David Carradine, Michael Madsen, Julie Dreyfus, Chiaki Kuriyama,Sonny Chiba, Chia Hui Liu, Michael Parks, Bo Svenson, Jeannie Epper e Sonny Chiba. Duração: 110 e 137 minutos. Distribuição: Imagem Filmes.
Respostas de 3
Kill Bill rooOOooOOOoooOOoooOOooOOoOOoocks!
Um filme onde sinopse, argumento, primeiro tratamento, roteiro e lembrança poderiam ser uma única coisa: “uma mulher quer matar o Bill e mata.” O resto é firula. Uma deliciosa e divertida e assistível e prazerosa firula. Como a pipoca que deve acompanhar o filme: não nutre, mas tem seu prazer.
Tenho um poster da garota ensanguentada de amarelo pendurado na sala de tv então acho que não preciso dizer mais nada.
😉
JOPZ