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PSICOSE (1960)

Alfred Hitchcock, além de mestre do suspense era também um gênio do marketing. Ninguém, pelo menos naquela época e talvez ainda hoje, divulgava tão bem seus filmes como ele. Excepcional diretor, ele sabia como chegar ao seu público. Após o “fracasso” nas bilheterias de Um Corpo Que Cai e de Intriga Internacional, seus dois filmes anteriores, (ambos renderam menos que o esperado), Hitchcock queria agora algo que chocasse a audiência. Desse desejo de “dar a volta por cima” nasceu Psicose. Rodado em preto-e-branco, inteiramente em estúdio e com um orçamento de pouco mais de 800 mil dólares, o filme se tornou o mais rentável da carreira do diretor, com um faturamento superior a 50 milhões de dólares. O roteiro foi escrito por Joseph Stefano, a partir do romance de Robert Bloch, e conta a história de uma mulher, Marion Crane (Janet Leigh), que rouba 40 mil dólares da empresa onde trabalha e foge de carro pelo interior dos Estados Unidos. O cansaço e a forte chuva na estrada fazem com que ela pare em um motel, o Bates Motel, onde ela resolve passar a noite. Ao chegar lá, ela é atendida por Norman Bates (Anthony Perkins), o simpático filho da proprietária do lugar. Da mesma forma que o próprio Hitchcock, que aparecia na abertura do filme pedindo aos espectadores que não revelassem o desfecho do filme, eu também vou parar por aqui. De qualquer maneira, Psicose é um filme impecável em todos os aspectos. Um roteiro criativo, um elenco fabuloso, uma direção inspirada, uma montagem primorosa e uma trilha sonora, composta por Bernard Herrmann, marcante e inesquecível. E olha que eu nem falei da cena do chuveiro e do fato de Hitchcock ter utilizado Janet Leigh, uma estrela na época, por apenas 30 minutos.
PSICOSE (Psycho – EUA 1960). Direção: Alfred Hitchcock. Elenco: Anthony Perkins, Janet Leigh, Vera Miles, John Gavin, Martin Balsam, John McIntire, Simon Oakland, Vaughn Taylor e Frank Albertson. Duração: 109 minutos. Distribuição: Universal.

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Respostas de 5

  1. Impossível, absolutamente impossível esquecer o tema de Bernard Herrmann para este filme. Psicose é um marco no cinema em sua inteireza… tudo funciona! Numa visita a Margaret Herrick Library [Center for Motion Picture Study], em Los Angeles, li com o Marden as cartas de alguns espectadores após terem visto Psicose. Ampliou a dimensão do que este filme significou para a sociedade norte-americana. Filme de mestre, feito por um Mestre.

  2. Oi, Washington. Isso é lenda. Comprovei “in loco”. O título lá é simplesmente: Psycho. Agora o Vertigo, nosso Um Corpo Que Cai, tem o título de “A Mulher Que Morreu Duas Vezes”.

  3. Hitchcock é mestre por TODOS os motivos que um cinéfilo pode exigir. E essa obra é somente um mero exemplo. Soube-se cercar dos melhores profissionais que a OBRA pedia, não porque eram amigos ou faziam parte de sua turma.
    O melhor contador de histórias que a Sétima Arte conheceu.
    Doses corretas de suspense, previamente filmadas em sua cabeça. Um inglês disciplinado (!) e que trabalhava muito na pré-produção.
    Ele é o meu diretor mais admirável, mais por sua metodologia – tão difícil de ser aceita, ainda nos dias de hoje – do que por sua temática.
    Trabalhei com um único profissional, até hoje, que opera de maneira semelhante. Ele me dizia que “dia de filmagem não é dia de trabalhar, mas dia de filmar aquilo tudo que já foi trabalhado”.
    Uma curiosidade: no livro original, Bates não só matava como também decapitava Marion. Qual diretor dos dias de hoje entenderia porquê essa cena estaria sobrando no filme?!?! E quem entende porquê ela é importante no livro?!?!

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