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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

J. EDGAR

Quando o cineasta americano Clint Eastwood anunciou que dirigiria uma cinebiografia do todo-poderoso J. Edgar Hoover, muitos se assustaram. Hoover criou e comandou durante décadas o FBI e tinha nas mãos o controle de informações importantes sobre tudo e todos. A partir do roteiro de Dustin Lance Black, mesmo autor do roteiro de Milk: A Voz da Igualdade, vencedor do Oscar em 2009, J. Edgar é um filme ousado. Quem acompanha a carreira de Eastwood conhece bem a maneira como ele trata seus heróis. Não é muito diferente aqui. O que muda é a ampliação do foco. Além de mostrar a figura heroica e solitária de Hoover, vivido com intensidade por Leonardo DiCaprio, o diretor se aprofunda em um estudo de personagem dos mais fascinantes. Eastwood nunca foi tão sutil como em J. Edgar. Existe no filme uma variada palheta que reforça sobremaneira a complexidade de Hoover, um homem que precisou criar uma imagem forte sua para o mundo, enquanto enfrentava, internamente, sua verdadeira imagem. Não há também a tentativa, como alguns se anteciparam em dizer, de humanizar a figura de Hoover, um homem que era admirado, respeitado e, principalmente, odiado. Eastwood tenta entendê-lo e nessa jornada de entendimento ele nos proporciona os elementos para que nós, espectadores, também possamos compreender um pouco do homem por trás da imagem.
J. EDGAR (J. Edgar – EUA 2011). Direção: Clint Eastwood. Elenco: Leonardo DiCaprio, Naomi Watts, Judi Dench, Armie Hammer, Josh Hamilton, David A. Cooper e Michael Rady. Duração: 137 minutos. Distribuição: Warner.

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