Hannah Arendt nasceu na Alemanha e, por conta de sua origem judaica, migrou para os Estados Unidos para fugir da perseguição nazista. Tornou-se uma das pensadoras mais influentes do Século XX. A cineasta Margarethe von Trotta, também alemã, começou sua carreira como atriz, em meados dos 1960. Na década seguinte, casada com o diretor Volker Schlöndorff, passou a dirigir também. Atrás das câmaras, von Trotta sempre teve uma predileção por figuras históricas femininas. Não por acaso, seu trabalho mais conhecido é a cinebiografia de Rosa Luxemburgo, realizada em 1986. Naquela ocasião, ela conheceu a atriz Barbara Sukowa, que fez o papel principal. A parceria é retomada em Hannah Arendt, de 2012. O roteiro, escrito pela diretora junto com Pam Katz, se concentra em um período marcante da vida da filósofa. No início dos anos 1960, ela é contratada pela revista New Yorker para ir a Jerusalém acompanhar o julgamento do nazista Adolf Eichmann. A série de cinco artigos que ela escreve apresenta uma visão diferente da esperada e provoca um escândalo na comunidade judaica. A narrativa adotada por von Trotta é precisa nas opções que faz e Sukowa encarna sua personagem com convicção. Hannah Arendt é aquele tipo raro de filme que continua conosco depois que acaba. E isso é muito bom.
HANNAH ARENDT (Hannah Arendt – Alemanha/França/Luxemburgo 2012). Direção: Margarethe von Trotta. Elenco: Barbara Sukowa, Janet McTeer, Julia Jentsch, Megan Gay, Nicholas Woodeson, Tom Leick, Ulrich Noethen e Harvey Friedman. Duração: 113 minutos. Distribuição: Esfera Filmes.
Uma resposta
Todos os motivos para assistir este filme estão escritos no texto do Marden. Vale sim, a pena. E rever, sempre.