“Ser ou não ser. Eis a questão”. De todas as tragédias que Shakespeare escreveu, Hamlet é a mais longa e também a mais influente. Inspirada na lenda dinamarquesa de Amleto, ao longo das últimas sete décadas quatro versões para cinema desta história foram feitas. Duas delas muito famosas: a de 1948, dirigida e estrelada por Laurence Olivier, e esta de 1996, realizada por Kenneth Branagh. Formado pela Royal Shakespeare Company, Branagh vinha das bem sucedidas adaptações de Henrique V e Muito Barulho Por Nada quando dirigiu seu Hamlet. Extremamente fiel ao texto original, temos aqui a clássica história de vingança do príncipe da Dinamarca, que descobre, após a morte de seu pai, que o responsável foi seu próprio tio. Branagh sabia muito bem o que estava fazendo. O fato de ter adaptado a peça em sua integralidade não fez desta versão um “teatro filmado”. Muito pelo contrário. Este Hamlet possui características cinematográficas poderosas e bastante ousadas. A começar pela cena onde é dita a célebre frase citada no início deste texto. É nela que o diretor, também intérprete do papel título, retrata a atormentada alma do jovem príncipe em um simples, e ao mesmo tempo complexo, jogo de espelho. Inexplicavelmente inédito em DVD no Brasil, esta edição lançada pela Versátil é daquelas, como diria meu filho caçula, “prá ter”.
HAMLET (Hamlet – Inglaterra/EUA 1996). Direção: Kenneth Branagh. Elenco: Kenneth Branagh, Julie Christie, Kate Winslet, Derek Jacobi, Judi Dench, Gérard Depardieu, Charlton Heston, Jack Lemmon, Billy Crystal e Robin Williams. Duração: 242 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Shakespeare e Branagh… MESTRES. Eis aqui uma das melhores adaptações literárias que eu assisti na vida. Tenho dito!