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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

GRAVE

Está cada vez mais difícil fazer um filme que apresente alguma ideia nova. Em especial, se for um filme de terror. Tanto já foi experimentado nesse gênero, que quando um longa de estreia, vindo da França e dirigido por uma mulher, é simplesmente algo que merece, no mínimo, uns cinco sonoros hurras. Julia Ducournau é o nome dela, também autora do roteiro de Grave, mais conhecido por seu título em inglês, Raw, que significa “cru”. O filme começa com a jovem Justine (Garance Marillier) sendo levada pelos pais para estudar Veterinária na mesma faculdade onde sua irmã Alexia (Ella Rumpf) estuda. Justine é tímida e vegetariana e no trote aplicado pelos veteranos do curso ela é forçada a comer um pedaço de carne animal pela primeira vez em sua vida. Isso desencadeia uma série de mudanças na rotina de Justine, Alexia e da própria faculdade. Há em Grave um dos elementos mais assustadores em qualquer história de horror: aquele que mostra o mal surgindo de situações corriqueiras do dia a dia. Este filme causou reações inesperadas na plateia quando foi exibido pela primeira vez num festival de cinema. Há relatos de pessoas que chegaram a desmaiar. Ducournau demonstra neste longa de estreia um domínio completo do espaço. Além de utilizar as cores e os cenários com bastante criatividade. Tudo isso, sem contar que é uma excelente diretora de atores. E de quebra, ainda presta homenagem ao clássico O Poderoso Chefão. Literalmente, trata-se de um filme para quem tem estômago forte.

GRAVE (Raw – França/Bélgica/Itália 2016). Direção: Julia Ducournau. Elenco: Garance Marillier, Ella Rumpf, Rabah Naït Oufella, Joana Preiss, Laurent Lucas e Bouli Lanners. Duração: 99 minutos. Distribuição: Netflix. 

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