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DOUTOR ESTRANHO NO MULTIVERSO DA LOUCURA

O vídeo Filme da Marvel, do Porta dos Fundos, resume com perfeição, mesmo que os fãs do estúdio discordem, como o chamado Universo Cinematográfico Marvel (UCM) ficou preso dentro daquela fórmula que era seu diferencial: a interligação entre as histórias contadas nos filmes e nas séries. No caso de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, se você não tiver assistido a Vingadores: Ultimato, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, WandaVision, Loki e What If, é provável que não consiga acompanhar a história escrita por Michael Waldron. Mas a gente sabe que filmes como esse são feitos para um público que acompanha as tramas, religiosamente, desde 2008, quando foi lançado Homem de Ferro e teve início as hoje conhecidas “fases”. A título de informação, estamos na Fase 4. Dirigido por Sam Raimi, que pode ser considerado o “pai” dessa nova geração de filmes de super-heróis, já que dirigiu a primeira trilogia do Homem-Aranha, entre 2002 e 2007, e estabeleceu muito do que é utilizado até hoje no gênero. Dessa vez, Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) precisa salvar a vida da jovem America Chavez (Xochitl Gomez), ela tem o poder de viajar pelo multiverso e foge de alguém que quer se apossar de seu poder. Para tanto, Strange pede ajuda à Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen). O melhor de tudo é que se trata de um legítimo Sam Raimi, que estava sem dirigir um longa desde 2013. Se tem um filme dentre os 28 já feitos até o momento do UCM que pode ser ligado ao gênero horror é essa segunda aventura solo do Doutor Estranho. Raimi imprime um ritmo vertiginoso e momentos de insana beleza e pavor. E convém destacar uma sequência que é para mim, desde já, antológica: a da batalha musical, que homenageia o filme O Corvo, de Roger Corman, inspirado na obra de Edgar Allan Poe e estrelado por Vincent Price e Boris Karloff. Há também bastante “serviço de fã”, a exemplo do que aconteceu em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, estão na medida certa. Nesse quesito especial, o multiverso serve que é uma beleza. É a Marvel cada vez mais Marvel. E isso traz muita coisa boa, no entanto, é visível que a fórmula, como escrevi no início dessa resenha, tem se revelado o “calcanhar de Aquiles” do estúdio. Em tempo: como se trata de genuíno Sam Raimi, não poderia faltar uma participação do ator Bruce Campbell.

DOUTOR ESTRANHO NO MULTIVERSO DA LOUCURA (Doctor Strange in the Multiverse of Madness – EUA 2022). Direção: Sam Raimi. Elenco: Benedict Cumberbatch, Elizabeth Olsen, Chiwetel Ejiofor, Benedict Wong, Xochitl Gomez, Michael Stuhlbarg e Rachel McAdams. Duração: 126 minutos. Distribuição: Walt Disney Pictures.

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