Roman Polanski, cineasta polonês radicado na França, adaptou a peça Le Dieu du Carnage, de Yasmina Reza, junto com a própria autora. O filme Deus da Carnificina, assim como a peça, é centrado em um único cenário e quatro atores. Existe apenas uma seqüência externa, e vista de longe, que serve de motivo para uma conversa entre dois casais. No caso, Nancy (Kate Winslet) e Alan (Christoph Waltz), pais de um garoto de 11 anos, que agrediu o filho de Penelope (Jodie Foster) e Michael (John C. Reilly). Os pais do menino agredido convidam os pais do menino agressor para um encontro em seu apartamento. A intenção é restabelecer a paz entre os garotos de maneira civilizada. Confinados naquele pequeno espaço, a cordialidade inicial, aos poucos vai se transformando em troca de acusações. Polanski, apesar da limitação espacial que tem, conduz a trama com dinamismo e tem no elenco um grande aliado. Os quatro atores em cena, sem exceção, estão soberbos. E o diretor aproveita para ir tirando suas máscaras, criando com isso situações quase surreais, algumas bem engraçadas, outras nem tanto. No final, temos um filme inquietante e direto em sua proposta de desnudar hipocrisias das mais diversas.
DEUS DA CARNIFICINA (Carnage – França/Alemanha/Polônia 2011). Direção: Roman Polanski. Elenco: Jodie Foster, John C. Reilly, Kate Winslet e Christoph Waltz. Duração: 80 minutos. Distribuição: Imagem Filmes.
Uma resposta
Em um mesmo filme, estar diante de um Roman Polanski abraçado por Jodie Foster, John C. Reilly, Kate Winslet e Christoph Waltz… imperdível! No mais, algo disso já deve ter passado conosco. Sobretudo se já estamos com mais de 30 anos!