Robert Lorenz trabalhou durante dez anos, em oito filmes, como assistente de direção de Clint Eastwood. Quando surgiu a oportunidade de estrear como diretor titular no filme Curvas da Vida, mestre Eastwood foi a escolha natural para interpretar o veterano olheiro de baseball Gus Lobel. O roteiro, de Randy Brown, parece ter sido escrito sob medida para “velho espírito do oeste”. Lobel tem apenas três meses de contrato com seu time e começa a apresentar problemas de visão por causa de um glaucoma. Obviamente, ele não deixa que os amigos e, principalmente, os patrões, saibam de sua doença. Seu melhor amigo, Pete Klein (John Goodman), desconfia que algo está errado e pede ajuda à sua filha Mickey (Amy Adams), que acompanhe o pai em uma viagem onde ele deverá analisar um jovem e promissor rebatedor que poderá ser contratado pelo time. É preciso dizer que Curvas da Vida é aquele tipo de filme feito por amigos para ajudar um amigo. Eastwood aceitou voltar a atuar quatro anos depois de seu último trabalho como ator em Gran Torino, para viabilizar a estréia como diretor de Lorenz. Seu aval permitiu não apenas a produção, como também atraiu todo o resto do elenco. O que se vê em cena é um filme onde você sabe antecipadamente tudo o que vai acontecer. Porém, o entrosamento e o carisma dos atores é tão contagiante que a gente embarca na história e sente um prazer danado à medida que ela avança, pois, a sensação que o filme passa é a de estarmos revendo velhos amigos e botando a conversa em dia.