Holy Motors, é preciso deixar logo bem claro, não é um filme fácil. Aliás, nenhuma obra escrita e dirigida pelo francês Leos Carax é fácil. Aqui, ele declara seu amor e seu ódio ao Cinema. Com toda a genialidade e os exageros necessários para fazer valer uma visão de mundo cinematográfico bastante pessoal. Mais uma vez tendo à frente do elenco seu ator-fetiche, Denis Lavant, ele, desta vez vive Oscar, um homem que é um e muitos ao mesmo tempo. Carax brinca com essa dúvida e nos deixa completamente às cegas. Holy Motors é também um filme difícil de ser contado ou resumido. Talvez a melhor opção seja encará-lo com uma experiência audiovisual e sensorial. Carax discute o passado, o presente e o futuro da Sétima Arte. E o faz com uma sagacidade desconcertante. O cineasta estava sem filmar um longa há 13 anos. Durante esse período, realizou alguns curtas e vídeos musicais. Essa parada deu a ele tempo e elementos para criar esse misto de inventário-testamento. Se por um acaso Holy Motors se tornar seu último trabalho como cineasta, será, com certeza, o ponto alto de uma carreira singular na História do Cinema. Uma obra-prima que não tem medo de ir fundo naquilo que propõe.
HOLY MOTORS (Holy Motors – França/Alemanha 2012). Direção: Leos Carax. Elenco: Denis Lavant, Eva Mendes, Edith Scob, Kylie Minogue, Jeanne Disson, Michel Piccoli e Leos Carax. Duração: 115 minutos. Distribuição: Imovision.
Uma resposta
O mais acertado: simplesmente encarar este novo Leos Carax como uma experiência cinematográfica. É possível gostar, é possível não gostar, é impossível esquecer!