Hoje é comum ouvirmos expressões como acessibilidade, direitos das minorias e inclusão social em nosso dia a dia. 50 anos atrás eram quase palavrões. O documentário Crip Camp: Revolução pela Inclusão, dirigido por James Lebrecht e Nicole Newnham nos conta uma história das mais importantes, porém, pouco conhecida. No começo somos levados ao Camp Jened, um acampamento para adolescentes deficientes no Estado americano de Nova York. Tudo leva a crer, pelas imagens iniciais mostradas, que acompanharemos a rotina desses jovens naquele espaço onde experimentarão a sensação de não se sentirem rejeitados. Mas não é só isso. Aqueles encontros serviram como semente para um forte e organizado movimento para lutar pela aprovação de leis que garantissem uma vida mais digna para os portadores de deficiências. Essa luta encabeçada pela ativista Judy Heumann atravessou quatro diferentes presidentes americanos e possibilitou uma mudança radical não apenas nos Estados Unidos, mas em outros países também. James Lebrecht, um dos depoentes do filme, vem de um intensa experiência como técnico de som, tendo realizado mais de 180 trabalhos. Ele divide a direção com a experiente Nicole Newnham neste comovente relato produzido por Barack e Michelle Obama, produtores de Indústria Americana, vencedor do Oscar de melhor documentário de longa-metragem de 2020. Crip Camp foi indicado nessa mesma categoria no Oscar 2021. Será que o casal vai repetir a façanha e ganhar novamente?
CRIP CAMP: REVOLUÇÃO PELA INCLUSÃO (Crip Camp: A Disability Revolution – EUA 2020). Direção: James Lebrecht e Nicole Newnham. Documentário. Duração: 106 minutos. Distribuição: Netflix.