A história de Minari tem forte teor autobiográfico. Lee Isaac Chung, roteirista e diretor do filme, nasceu nos Estados Unidos e é filho de imigrantes sul-coreanos. Ele cresceu numa fazenda e chegou a se formar em Ecologia, antes de descobrir o cinema. Depois de estrear na direção de um curta-metragem em 2004, Chung realizou outros dois e passou a dirigir longas. Minari é o quarto deles. A história gira em torno da família Yi. Jacob (Steven Yeun) e Monica (Yeri Han) saíram da Coréia do Sul no final dos anos 1970 em busca de uma vida melhor. Na década seguinte eles compram um pequeno pedaço de terra no interior do Arkansas e se mudam para lá com a filha Anne (Noel Cho) e o pequeno David (Alan Kim, alterego do diretor). Essa mudança radical provoca alterações na relação de Jacob e Monica, alterações que atingem também os filhos do casal. Especialmente depois que a avó materna (Yuh-jung Youn) vai morar com a família. Minari é aquele tipo de filme que não tem vilões. Chung revisita sua infância e através do olhar inocente de David nos conduz por uma singela história de superação e, mais do que isso, de profundo amor familiar. Impossível não se envolver com o drama dos Yi e não se apaixonar pelo caçulinha da casa (eu disse casa?). Veja o filme e tire essa dúvida. O que importa mesmo é, como já foi dito em uma canção dos Beatles, “no fim, o amor que você leva é igual ao amor que você faz”. Minari exala amor por todos os fotogramas e foi indicado ao Oscar 2021 nas categorias de melhor trilha sonora, roteiro original, atriz coadjuvante (Yuh-jung Youn), ator (Steven Yeun), direção e filme. Em tempo: Minari é um tipo de verdura também conhecida como salsa japonesa ou agrião coreano.

MINARI (EUA 2020). Direção: Lee Isaac Chung. Elenco: Steven Yeun, Yeri Han, Alan Kim, Noel Cho, Yuh-jung Youn e Will Patton. Duração: 115 minutos. Distribuição: Diamond Films.