Terrence Malick é um cineasta temporão. Em poucos mais de 40 anos de carreira dirigiu apenas seis obras. Média de um filme a cada sete anos. Quase o dobro de tempo gasto entre um trabalho e outro por Stanley Kubrick. Cinzas no Paraíso, de 1978, foi seu segundo longa. O roteiro, de sua autoria, conta uma história que se passa nos primeiros anos do século passado. Bill (Richard Gere) e Abby (Brooke Adams) vivem juntos em Chicago e se fazem passar por irmãos. Certo dia, decidem se mudar para o Texas e vão parar em uma fazenda onde começam a trabalhar. O proprietário, vivido pelo ator Sam Shepard, se apaixona pela irmã de Bill. Acometido por uma grave doença e com pouco tempo de vida, ele pede a mão de Abby em casamento. O casal vê aí a chance de ficarem ricos e donos das terras. Malick é um diretor perfeccionista. Para dizer o mínimo. Seu rigor na condução da narrativa é impressionante. Outro ponto alto de seus filmes é o apuro visual. Aqui, ele nos brinda com a deslumbrante fotografia de Nestor Almendros, premiada merecidamente com o Oscar naquele ano. Sem esquecer também a delicada trilha sonora composta por Ennio Morricone. Cinzas no Paraíso é aquele tipo de filme que enche nossos olhos e nossa alma de beleza e encantamento.