Todos os programas policiais, daqueles que relatam um crime e recontam suas histórias, em qualquer emissora de televisão do mundo, bebem da mesma fonte. E esta fonte atende pelo nome de Errol Morris, um dos maiores documentaristas americanos de todos os tempos. Em 1988 ele escreveu e dirigiu A Tênue Linha da Morte, um filme impactante, provocador e revolucionário. Morris, quase que por acaso, afinal, não estava em seus planos, tomou conhecimento da condenação de Randall Adams, no Texas. Ele estava na sede da polícia local para levantar informações para um outro documentário e percebeu que havia muitos erros no processo de Adams. O projeto original foi abandonado e Morris se dedicou a provar a inocência do jovem acusado de ter matado um guarda de trânsito. A maneira como o diretor recria os acontecimentos e seu estilo de montagem, além da ausência de uma narração, fazem toda a diferença. A Tênue Linha da Morte perturba e incomoda e fica no limite do jornalismo investigativo com o cinema de denúncia. Quando foi lançado, sua repercussão provocou drásticas mudanças na sistema judicial americano. De quebra, o DVD traz como bônus os dois primeiros da série de TV Primeira Pessoa, produzida pelo diretor.