Antes de se consagrar como cineasta, o americano Bob Fosse foi dançarino e coreógrafo. Sua estreia nos palcos se deu em 1955. Quatro anos depois, além de dançar, ele já coreografava e dirigia os espetáculos. Em 1969, ele estreou no cinema, dirigindo Charity, Meu Amor, uma versão musical do filme Noites de Cabíria, de Federico Fellini. Cabaret, de 1972, foi seu segundo longa. O caminho até a telona foi demasiado extenso. Primeiro veio o livro de Christopher Isherwood, que depois virou peça escrita por John Van Druten. Então, foi adaptado para a Broadway por Joe Masteroff, com canções compostas por Fred Ebb e John Kander. E esta última versão foi a que Fosse utilizou para transportar a história para o cinema. A ação acontece em Berlim, no ano de 1933. O tímido professor Brian Roberts (Michael York), chega à capital alemã e termina encontrando Sally Bowles (Liza Minelli), a grande estrela do Kit Kat Club. Cabaret consegue romper a barreira do musical e funciona em diversos outros níveis e gêneros. As canções, os figurinos, a reconstituição de época, a coreografia das danças (feita pelo próprio Fosse), além, é claro, do espetacular elenco, fizeram deste filme o grande vencedor do Oscar de 1973. Ao todo, foram dez indicações e oito estatuetas conquistadas, entre elas: melhor direção, atriz, ator coadjuvante (para Joel Grey, no papel do Mestre de Cerimônias), fotografia, montagem e trilha sonora (para Ralph Burns). Não levou o de melhor filme porque concorria com O Poderoso Chefão. Ousado, divertido e inesquecível, Cabaret é aquele tipo de musical que te pega de surpresa e, quando você menos espera, está cantando junto.