Uma história tão fantástica e fantasiosa como a de Munchausen só poderia mesmo ter sido contada por um diretor talentoso e completamente sem amarras como Terry Gilliam. Apesar de uma outra versão ter sido feita na Alemanha, na época do regime nazista, nada se compara a este As Aventuras do Barão Munchausen, de 1988. Diz a lenda que o barão realmente existiu. Os relatos de suas aventuras foram compilados pelo inglês Rudolph Erich Raspe, na segunda metade do século XVIII. O roteiro, escrito pelo próprio Gilliam, em parceria com o ator Charles McKeown (que faz os papéis de Rupert e Adolphus no filme), dá ao barão o tratamento que ele merece. Ele, que é o maior aventureiro de todos os tempos, enfrentou reis, conquistou belas mulheres e viajou até a Lua. Ao seu lado, uma trupe composta pelos melhores homens: o mais rápido, o mais forte, o de mira mais precisa e o de sopro mais espetacular. Munchausen, interpretado na medida certa pelo ator John Neville, cria uma empatia instantânea conosco, o que faz com que acreditemos em qualquer história que ele venha a contar. Visualmente deslumbrante e cheio de um espírito anárquico que trabalha a favor do filme, As Aventuras do Barão Munchausen foge do lugar comum e nos convida a embarcar em uma jornada de pura diversão.