Você já viu uma história parecida com a que Matthew Vaughn conta em Argylle: O Superespião. Estou falando de Tudo Por Uma Esmeralda, dirigida em 1984 por Robert Zemeckis e estrelada por Michael Douglas e Kathleen Turner. Mas te garanto que a abordagem feita aqui por Vaughn é bem mais turbinada. O roteiro de Jason Fuchs nos apresenta a escritora Elly Conway (Bryce Dallas Howard). Ela é a famosa autora de uma série de romances de espionagem que narram as aventuras do agente Argylle (Henry Cavill). No entanto, o que Elly não sabia é que a “ficção” dos seus livros é bem mais “real” do ela imaginava e isso a coloca no meio de uma intricada trama onde é ajudada por seu gato Alfie e pelo espião Aiden (Sam Rockwell). Diferente do filme de Zemeckis, que apesar dos exageros tinha os pés fincados na realidade ou pelo menos, no plausível, Argylle mergulha na fantasia em uma escala próxima à megalomania completamente deslocada de qualquer sentido realista. É verdade que quando começamos a ver um filme se faz necessária a chamada “suspenção da descrença”. Mas aqui é preciso que tenhamos essa “suspenção” em altíssimo grau. Especialmente quando o real se sobrepõe ao ficcional.
ARGYLLE: O SUPERESPIÃO (Argylle – Inglaterra/EUA 2024). Direção: Matthew Vaughn. Elenco: Bryce Dallas Howard, Sam Rockwell, Henry Cavill, Ariana DeBose, Bryan Cranston, Samuel L. Jackson, Catherine O’Hara, John Cena, Sofia Boutella e Dua Lipa. Duração: 139 minutos. Distribuição: Universal.