Os mexicanos Alejandro González Iñárritu e Guillermo Arriaga, diretor e roteirista, respectivamente, desenvolveram um estilo narrativo ímpar. Juntos, realizaram três obras de grande impacto: Amores Brutos, 21 Gramas e Babel. A primeira delas, Amores Brutos, foi inteiramente produzida e rodada na cidade do México e une três histórias em torno de um acidente de carro. Octavio (Gael García Bernal), um adolescente, dirige em alta velocidade fugindo de uma confusão em que se meteu. Ao seu lado, o cão Cofi, que não para de sangrar. Octavio é apaixonado pela cunhada Susana (Vanessa Bauche), e Cofi é sua fonte de renda. No outro carro, está a modelo Valeria (Goya Toledo), que dirigia feliz, pois tinha acabado de se mudar para a casa de seu amor, Daniel (Álvaro Guerrero). O acidente transforma sua vida em um inferno e a deixa em uma depressão tão profunda e desesperada, que afeta Richi, seu cachorrinho. O acidente é testemunhado por El Chivo (Emilio Echevarría), um matador de aluguel e ex-guerrilheiro comunista, que corre até o local e resgata apenas Cofi, o cão de Octavio. Parece confusa, mas a trama criada por Iñárritu e Arriaga possui fluência e coerência, mesmo não seguindo o padrão linear de “começo, meio e fim”. As histórias aparecem isoladas, se misturam, se isolam e se misturam novamente tendo como ponto em comum os cães e seus donos. Vencedor de 52 prêmios, Amores Brutos tornou-se um divisor de águas na história do cinema mexicano e abriu as portas para uma nova geração de cineastas, técnicos e atores.
AMORES BRUTOS (Amores Perros – México 2000). Direção: Alejandro González Iñárritu. Elenco: Gael García Bernal, Emilio Echevarría, Vanessa Bauche, Goya Toledo, Alvaro Guerrero, Jorge Salinas, Rodrigo Murray, Marco Pérez, Humberto Busto, Gerardo Campbell, José Sefami e Jorge Arellano. Duração: 153 minutos. Distribuição: Europa Filmes.
Uma resposta
Amores Brutos é desses filmes que continua a nos impressionar, sempre que revemos. Imperdível.