Em outubro de 1994, Steven Spielberg, Jeffrey Katzenberg e David Geffen resolveram fundar um estúdio. O primeiro dispensa apresentação. O segundo revitalizou o departamento de animação da Disney nos anos 1980. E o terceiro vinha da indústria fonográfica. Com o nome de Dreamworks SKG, em referência aos sobrenomes de seus titulares, nasceu uma nova casa de produção audiovisual. Amistad, que Spielberg fez em 1997, foi seu primeiro filme produzido pelo novo estúdio. O roteiro, escrito por David Franzoni, tem por base a história real de um grupo de escravos africanos que se rebela e assume o controle de um navio que os estava transportando para serem vendidos. A embarcação, de nome La Amistad, ou seja, “A Amizade”, é levado para os Estados Unidos e sua tripulação é presa acusada de assassinato. Trava-se então, uma luta judicial para libertá-los. É impossível ver Amistad sem fazer conexões com 12 Anos de Escravidão. Mas, justiça seja feita, o filme de Spielberg é bem superior ao de Steve McQueen. E não apenas na direção. Há aqui uma integração maior entre as equipes técnica e criativa. Amistad flui bem melhor, apesar de ter uma duração maior. E isso, sem contar o estupendo elenco, que também se destaca bem mais. O tema central desta história se resume a uma palavra: liberdade. E isso me faz lembrar a frase final do curta-metragem Ilha das Flores, de Jorge Furtado: “Livre é o estado daquele que tem liberdade. Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”.