Apesar de ser contemporâneo do movimento da Nouvelle Vague, o cineasta Louis Malle não fez parte da “nova onda” francesa. Formado em Ciência Política, Malle terminou se envolvendo com o cinema e iniciou carreira trabalhando como assistente do diretor Robert Bresson e com o pesquisador marítimo Jacques Cousteau, com quem dirigiu O Mundo do Silêncio, documentário premiado em Cannes. Em meados dos anos 1970 ele migrou para os Estados Unidos, onde tornou-se o mais bem sucedido cineasta francês. Seus filmes sempre trataram de temas polêmicos e isso fez com ele fosse embora da França após os ataques que seu trabalho Lacombe Lucien, de 1973, recebeu. 14 anos depois Malle volta à sua terra natal e realiza Adeus, Meninos. Com roteiro dele próprio, o filme conta a história de um garoto de 12 anos, Julien (Gaspard Manesse), que estuda em um colégio interno e enfrenta alguns problemas por causa da Segunda Guerra Mundial. A história acontece no ano de 1944, no período da ocupação nazista na França. Uma época que os franceses não gostam muito de lembrar. Malle não só toca na ferida como a deixa exposta. E o faz com propriedade, elegância e contundência.
ADEUS, MENINOS (Au Revoir les Enfants – França/Alemanha/Itália 1987). Direção: Louis Malle. Elenco: Gaspard Manesse, Raphael Fejtö, Francine Racette, Stanislas Carré de Malberg, Philippe Morier-Genoud, François Berléand e François Négret. Duração: 103 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Filme de Mestre para quem vê o cinema igualmente como arte!