O ator Mel Ferrer já havia dirigido alguns trabalhos quando assumiu a direção de A Flor Que Não Morreu, lançado em 1959. O roteiro de Dorothy Kingsley tem por base o romance de William Henry Hudson e chamou a atenção de Hepburn, que desistiu de fazer O Diário de Anne Frank para participar desse filme. O projeto já circulava por Hollywood desde 1932, quando quase foi produzido pela RKO. Mel Ferrer se envolveu com a produção após a desistência de Vincente Minnelli, em uma nova tentativa de levar a história às telas, e trouxe Hepburn, com quem era casado na época, para o papel principal. A ação se passa na selva amazônica, local para onde o venezuelano Abel (Anthony Perkins) foge a fim de escapar de uma revolução em seu país. Lá ele conhece Rima (Hepburn), uma jovem que vive na floresta em completa harmonia com a natureza, ao lado de Nuflo (Lee J. Cobb), seu avó. A chegada de Abel altera o equilíbrio do lugar. Em especial, da relação entre Nuflo e Rima. Apesar da boa premissa e do talento narrativo de Ferrer, A Flor Que Não Morreu foi um grande fracasso de público e crítica quando de seu lançamento. Injustamente, mesmo que a produção apresente uma visão um pouco idealizada e caricatural. Uma pena. Em tempo: a trilha sonora original é do brasileiro Heitor Villa-Lobos, que enfrentou alguns problemas com o estúdio durante o processo de finalização.
A FLOR QUE NÃO MORREU (Green Mansions – EUA 1959). Direção: Mel Ferrer. Elenco: Audrey Hepburn, Anthony Perkins, Lee J. Cobb, Sessue Hayakawa, Henry Silva, Nehemiah Persoff, Michael Pate e Estelle Hemsley. Duração: 104 minutos. Distribuição: MGM.