Penúltimo filme dirigido por Alfred Hitchcock na Inglaterra, antes de sua mudança para os Estados Unidos. O ano era 1938 e pela primeira vez em sua carreira, o diretor que seria conhecido em todo o mundo como o “mestre do suspense”, realiza um filme rodado quase inteiramente dentro de um único cenário. No caso, um trem, talvez o mais cinematográfico dos meios de transporte. Estamos falando de A Dama Oculta, que teve seu roteiro escrito por Sidney Gilliatt e Frank Launder, a partir do romance The Wheel Spins, de Ethel Lina White. Durante uma viagem de trem, Iris Henderson (Margaret Lockwood) fica amiga de uma simpática velhinha, a senhorita Froy (Dame May Whitty). Depois de um breve cochilo, Iris percebe que sua nova amiga desapareceu. E, para complicar ainda mais, ninguém no trem se lembra dela. Hitchcock sabia, como poucos cineastas, imprimir o ritmo e a tensão certos para prender a atenção do espectador. A trama, aparentemente simples, se revela engenhosa à medida que vai avançando em um crescendo de suspense. E o diretor aproveita todos os espaços do trem para potencializar seu controle absoluto sobre a história que está contando. A Dama Oculta foi adaptada com sucesso para o teatro e teve duas outras versões para o cinema: em 1979, dirigida por Anthony Page, e em 2013, dirigida por Diarmuid Lawrence. Ambas inferiores à esta versão original de Hitchcock.