Se eu perguntar se você conhece o ator, roteirista, produtor e diretor Joseph Levitch, dificilmente você dirá que sim. Mas, se eu fizer a mesma pergunta utilizando o nome artístico dele, Jerry Lewis, a resposta, com certeza, será outra. Em 1963, Lewis já era um nome estabelecido, principalmente, graças ao sucesso de seus filmes estrelados em parceira com o ator e cantor Dean Martin entre 1949 e 1956. A partir de 1960, Lewis passa a escrever, produzir e dirigir seus filmes e O Professor Aloprado, seu quarto trabalho atrás das câmaras, comprova definitivamente os múltiplos talentos deste grande artista. O roteiro, escrito por ele próprio, em parceria com Bill Richmond, é uma versão cômica do clássico de terror de Robert L. Stevenson, O Médico e o Monstro. Na trama, Lewis vive o professor Julius Kelp, um homem atrapalhado, tímido e sem vida social. Humilhado por todos e apaixonado por uma de suas alunas, Kelp resolve testar em si mesmo uma fórmula que ele desenvolveu. A experiência se revela um sucesso e ele se transforma em uma nova pessoa, o extremo oposto dele: Buddy Love. Diferente da refilmagem de 1996, estrelada por Eddie Murphy, aqui não existe a “muleta” de truques de maquiagem para representar Kelp e seu alter-ego. Lewis é sempre Lewis. O que muda é sua postura, voz, jeito de andar, olhar e se vestir. Um trabalho preciso de interpretação e construção de personagem. Coisa de gênio. Simples assim.