O cineasta Atom Egoyan é filho de pais de armênios, nasceu no Egito e se naturalizou canadense. Filho de pintores, seu sonho de adolescente era ser escritor. Aos 17 anos dirigiu seu primeiro curta-metragem e, a partir daí, decidiu fazer cinema. Egoyan não se deixa levar por fórmulas fáceis. Exótica, que ele escreveu e dirigiu em 1994, é, junto com O Doce Amanhã, um de seus trabalhos mais conhecidos. O título se refere a um clube noturno onde Christina (Mia Kirshner), todas as noites, faz um show de strip-tease. Francis (Bruce Greenwood), também vai ao clube todas as noites para vê-la dançar e tirar a roupa. Outras personagens entram em cena e suas histórias se misturam com as de Christina e Francis. É possível observar que Egoyan vai misturando tudo e todos, independente da questão temporal. O diretor tira proveito do ambiente e da música para criar suspense e tensão contínuos. Em Exótica, nem sempre o que vemos é o que realmente é. E o cineasta tem consciência disso e joga com as expectativas que vamos criando à medida que a trama avança. E não adianta se apressar em obter respostas. Egoyan segura as rédeas de sua narrativa com firmeza e sem correria. Tudo tem seu tempo de acontecer e cabe ao espectador ter paciência.