Quando alguém fala em filme de tribunal naturalmente lembramos do cinema americano. Não se trata de um ato falho, afinal, a maior parte dos filmes que se passa em tribunais é, efetivamente, feita nos Estados Unidos. No entanto, há grandes filmes jurídicos produzidos na Inglaterra e também na França, como este A Corte, escrito e dirigido por Christian Vincent, em 2015. Estrelado por Fabrice Luchini, mais conhecido por seus papéis cômicos, aqui ele interpreta o juiz Michel Racine, um homem contido e rigoroso. Sua rotina no tribunal é abalada quando ele percebe a presença de Ditte (Sidse Babett Knudsen), a maior paixão de sua vida, na composição de um júri que ele preside. A partir daí, tudo toma um novo rumo. Luchini, com muito talento, tira proveito dessa virada na postura do severo juiz. É fascinante acompanhar o sutil trabalho deste ator ao mostrar as mudanças no comportamento de Racine depois que põe os olhos em Ditti. O diretor-roteirista nos conduz por um drama cômico ou seria melhor chamá-lo de comédia dramática? Não importa. A Corte é francês até a medula e, ao mesmo tempo, universal. Isso permite que ele estabeleça um diálogo com qualquer tipo de público. O que não é nada fácil.
A CORTE (L’Hermine – França 2015). Direção: Christian Vincent. Elenco: Fabrice Luchini, Sidse Babett Knudsen, Eva lallier, Corinne Masiero, Sophie-Marie Larrouy, Fouzia Guezoum e Victor Pontecorvo. Duração: 98 minutos. Distribuição: Califórnia Filmes.