Woody Allen é um dos poucos cineastas no mundo com a incrível média de realização de um filme por ano. É comum na carreira de artista que produzem muito, ter seus altos e baixos. A filmografia de Allen prova que ele tem muitos mais altos do que baixos. Principalmente no período compreendido entre aos anos de 1975 e 1990. Zelig, que ele escreveu e dirigiu em 1983 é um bom exemplo dessa fase. Neste “falso documentário”, Allen interpreta Leonard Zelig, um homem que consegue imitar qualquer pessoa. Tipo um camaleão, ele assimila as feições e a maneira de ser de quem estiver por perto. Rodado em preto e branco, o filme conta uma história que se passa nos anos 1920 e 1930. O diretor faz um uso inteligente de imagens reais da época, misturando-as com as encenações. Zelig torna-se uma celebridade, principalmente, quando inicia um tratamento com a Dra. Eudora Fletcher (Mia Farrow). O que Allen quer realmente discutir é a nossa perda de identidade em um mundo cada vez mais midiático e a necessidade que todo ser humano tem de se sentir parte de um todo. Seja ele qual for. Zelig provoca boas risadas, e, em muitos momentos, nos faz acreditar que se trata de algo real. Ponto para Allen, que chegou até a utilizar câmaras da época nas filmagens para garantir uma autenticidade maior ao filme.
ZELIG (Zelig – EUA 1983). Direção: Woody Allen. Elenco: Woody Allen, Mia Farrow, Patrick Horgan, John Buckwalter, Marvin Chatinover, Stanley Swerdlow, Howard Erskine e Paul Nevens. Duração: 79 minutos. Distribuição: Fox.
Uma resposta
Não apenas um dos melhores WAllen mas um dos melhores filmes que eu assisti. Em todos os sentidos. Para ver e rever e rever e se assustar com nós mesmos [cambada de Zeligs!].