Depois de uma bem sucedida trilogia realizada entre os anos 2000 e 2006, os mutantes do professor Xavier, mais conhecidos como X-Men, se afastaram um pouco da tela grande. O projeto inicial previa filmes solos com as personagens. O primeiro deles foi o do Wolverine, que não fez feio nas bilheterias (afinal, o marketing e a expectativas eram enormes), porém, acabou reprovado por fãs e crítica. Contrariando os que esperavam outra “bomba”, a Marvel radicalizou e decidiu “zerar” a cronologia do grupo e reiniciar a franquia literalmente do começo. Algumas decisões acertadas foram tomadas. Bryan Singer, diretor dos dois primeiros (e melhores) filmes da trilogia original, atuaria como produtor. Para a direção, foi contratado o inglês Matthew Vaughn, que vinha embalado pelo sucesso do excelente Kick-Ass. Para o elenco, um time de jovens e talentosos atores encabeçado por James McAvoy (Charles Xavier/Professor X) e Michael Fassbender (Erik Lehnsherr/Magneto). A ação acontece no início dos anos 1960, em plena Guerra Fria entre americanos e soviéticos e tendo como pano de fundo a crise da Baía dos Porcos, no governo Kennedy. Vaughn inicia o filme recriando e expandindo a sequência de abertura do primeiro X-Men, onde vemos o jovem Erik preso em um campo de concentração nazista. Paralelo a isso, acompanhamos um momento curioso na vida do também jovem Charles. Depois o filme pula perto de 20 anos no tempo e a história continua. Confesso que quando soube que a trama giraria em torno da amizade entre Professor X, Magneto e um grupo de mutantes adolescentes, esperei pelo pior. Mesmo sabendo das qualidades da equipe criativa e dos atores envolvidos, não imaginei, sinceramente, que pudesse sair alguma boa de uma premissa que, para mim, já parecia esgotada. Felizmente, eu estava errado. X-Men – Primeira Classe é muito bom, em todos os sentidos e coloca outra vez os heróis mutantes no caminho certo.