O cineasta colombiano Juan Zapata estudou cinema em Cuba e hoje se divide entre o Brasil e os Estados Unidos. Uma Vez em Veneza, de 2021, encerra uma trilogia a partir do ponto de vista feminino iniciada em 2013, com Simone, e seguida por Another Forever, de 2016. Temos aqui uma obra colaborativa por excelência, já que a partir de uma ideia do diretor, o roteiro foi escrito por ele em parceira com o ator alemão Peter Ketnath e a atriz brasileira Bellatrix Serra, que vivem, respectivamente, Max e Maria. Os dois se conhecem em um trem a caminho da famosa cidade italiana. Dispostos a explorar as belezas do lugar sem serem incomodados, ambos firmam um pacto e estabelecem regras a serem cumpridas rigorosamente durante o dia que passarão em Veneza, que se torna parte muito importante nesse “triângulo amoroso”. A narrativa que Zapata nos propõe é bastante experimental e, ao mesmo tempo, bem acessível, já que somos convidados a acompanhar Max e Maria no passeio pela cidade. Uma Vez em Veneza é também um deleite para aqueles que apreciam descobrir as referências que são “plantadas” nos filmes. E há muitas delas. Da óbvia relação com a “Trilogia do Antes”, de Richard Linklater, com Ethan Hawke e Julie Delpy, até algumas outras mais sutis e difíceis.
UMA VEZ EM VENEZA (When in Venice – Brasil/Alemanha/Itália 2021). Direção: Juan Zapata. Elenco: Peter Ketnath e Bellatrix Serra. Duração: 77 minutos. Distribuição: Zapata Filmes.