À primeira vista, o que pode ter de interessante em um filme concentrado basicamente em um bêbado e uma missionária dentro de um pequeno barco descendo um rio africano no início do século passado? Nada, se o filme for dirigido por um diretor qualquer. E tudo, se o diretor for um cineasta do calibre de John Huston e melhor ainda, se o bêbado for interpretado por Humphrey Bogart e a missionária por Katharine Hepburn. Essa “trinca” fabulosa transforma Uma Aventura na África em uma das mais inusitadas, surpreendentes, divertidas e emocionantes histórias de ação do cinema. Estamos em 1914, início da Primeira Guerra Mundial, no coração da África. Charlie Allnut (Bogart) é dono de um barco a vapor, o “Rainha Africana” (tradução literal do título original do filme). Uma série de acontecimentos faz com que ele tenha que descer o rio Congo com a missionária Rose Sayer (Hepburn). Ao longo da viagem, eles enfrentam os perigos dos rios e da selva, enfrentam alguns soldados alemães e, principalmente, têm que conviver um com o outro. Huston decidiu filmar em locações verdadeiras, o que tornou a produção bem mais autêntica, porém, mais cara e sujeita a imprevistos. No final, contrariando previsões pessimistas, Uma Aventura na África revelou-se uma obra singular e referencial na história do cinema. Simplesmente obrigatório.
UMA AVENTURA NA ÁFRICA (The African Queen – EUA 1951). Direção: John Huston. Elenco: Humphrey Bogart, Katharine Hepburn, Robert Morley, Peter Bull, Theodore Bikel, Walter Gotell, Peter Swanwick, Richard Marner, Gerald Onn e Errol John. Duração: 105 minutos. Distribuição: Paramount/Warner.
Respostas de 3
Gostei bastante, muito divertido.
JOPZ
baixei na internet e gostei muito do filme também !
A maior parte dos filmes de Fritz Lang versa sobre a culpa. Via de regra, quase todos os protagonistas do cineasta alemão são pessoas torturadas por um sentimento esmagador de culpa. Esta característica é fator importante em “A Gardênia Azul” (The Blue Gardenia, EUA, 1953), um dos mais obscuros e tardios noir dirigidos por ele em Hollywood. Trata-se de uma produção que tem outras marcas registradas do diretor, como o sofisticado tratamento visual da película, mas que também entrega uma série de concessões comerciais, como um número musical com Nat King Cole, algo incomum na obra de Fritz Lang.