A francesa Nicole Garcia é uma operária do cinema. Ao longo de sua carreira, que teve início em 1967, ela trabalhou como atriz, roteirista e agora, diretora. Sua filmografia atrás das câmeras tem se revelado sólida. Em 2002, com O Adversário, ela atingiu a maturidade como cineasta. Nove anos depois, com este Um Belo Domingo, Garcia se renova como artista. O roteiro, escrito por ela junto com Jacques Fieschi, conta a história de Baptiste (Pierre Rochefort, filho da diretora na vida real), um professor que vive sozinho no sul da França. Certo dia, um de seus alunos é esquecido pelo pai na escola. Ele então leva o garoto até o local de trabalho de sua mãe. É curioso observar que Um Belo Domingo carece de um estrutura clássica de construção de roteiro. A primeira impressão é de absoluta falta de coerência por parte de todas as personagens. No entanto, é justamente isso que torna esta obra singular. Garcia não se preocupa tanto assim em detalhar situações. Seu filme nos conduz por um emaranhado de trama e subtramas que se sustentam solidamente no trabalho dos atores. E no final, se revela aquele tipo de filme que continua com você mesmo depois dos créditos finais.
UM BELO DOMINGO (Un Beau Dimanche – França 2013). Direção: Nicole Garcia. Elenco: Pierre Rochefort, Louise Bourgoin, Dominique Sanda, Déborah François, Olivier Loustau e Jean-Pierre Martins. Duração: 95 minutos. Distribuição: Paramount.