O roteirista e diretor David O. Russell conseguiu um feito único na história do Oscar. Por dois anos seguidos ele conseguiu emplacar as quatro indicações aos prêmios de atuação. Tanto em O Lado Bom da Vida, de 2012, como neste Trapaça, de 2013. Com roteiro escrito por ele próprio, junto com Eric Warren Singer, o filme se inspira em fatos ocorridos em meados dos anos 1970. Entra em cena o vigarista Irving Rosenfeld (Christian Bale). Ele, em parceria com sua amante Sydney Prosser (Amy Adams), é obrigado a colaborar com Richie DiMaso (Bradley Cooper), um ambicioso agente do FBI. A “ajuda” inclui se infiltrar na máfia e desmascarar um suposto político corrupto, Carmine Polito (Jeremy Renner). O plano parecia ser de fácil execução, porém, ninguém contava com a participação de Rosalyn (Jennifer Lawrence), a instável esposa de Irving. Trapaça é um filme que exige um certo grau de paciência. A trama demora um pouco para entrar nos eixos e há personagens e diálogos em excesso. Atenção redobrada é imprescindível. Porém, o resultado final é satisfatório. O elenco está extremamente à vontade. Principalmente Bale e Adams. A química dos dois é absoluta. O mesmo pode ser dito de Cooper e Lawrence. Desde seus primeiros trabalhos, Russell tem se revelado um excelente diretor de atores. Para completar, a fotografia, os cenários, os figurinos, a trilha sonora e a montagem nos remetem ao clima da época retratada e garantem a beleza do espetáculo.