O cineasta inglês Steve McQueen iniciou sua carreira em 1993 dirigindo curtas. Foram pouco mais de vinte até a estreia de seu primeiro longa, Fome, em 2008. Paralelo a isso, McQueen se notabilizou também como artista plástico. O segundo longa, Shame, foi feito em 2011 e dois anos depois ele dirigiu o vencedor do Oscar de melhor filme, 12 Anos de Escravidão. O roteiro escrito por John Ridley, premiado com o Oscar de roteiro adaptado, tem por base os relatos de Solomon Northup. Ele era um homem livre que, entre os anos de 1841 e 1853, viveu como escravo nas fazendas do sul dos Estados Unidos. McQueen abre seu filme mostrando como era a rotina de Northup (Chiwetel Ejiofor), um músico que morava com a família em Nova York. Até ser sequestrado e vendido como escravo. Primeiro ele trabalha para o senhor Ford (Benedict Cumberbatch) e depois para o senhor Epps (Michael Fassbender). A câmara de McQueen não nos poupa de todo o sofrimento vivido por Northup. 12 Anos de Escravidão se diferencia bastante dos trabalhos anteriores do diretor. E isso não é um elogio. O numeroso elenco tem dois destaques: Michael Fassbender e a estreante Lupita Nyong’o, que ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante. Fica então a pergunta: este filme é realmente o melhor do ano? Claro que não. Ele venceu mais pelo tema histórico e pelos debates que provocou do que propriamente por suas qualidades cinematográficas. E isso não é raro na história da Academia de Hollywood.