Quando Andrei Tarkovski lançou Solaris, em 1972, muitos críticos se apressaram em taxá-lo como “a resposta soviética” ao filme 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick, realizado quatro anos antes. O roteiro, escrito por Fridrikh Gorenshtein e pelo próprio diretor, se baseia no livro de mesmo nome de Stanislaw Lem e conta uma história incomum para um filme de ficção-científica. Na trama, um famoso psiquiatra é enviado para a estação espacial científica, em órbita do planeta oceânico Solaris. Sua missão: investigar uma série de acontecimentos misteriosos que estão ocorrendo lá. Alguns cientistas acreditam que os fenômenos sobrenaturais estejam ocorrendo por influência do planeta. Ao contrário da maioria dos filmes de ficção-científica, Tarkovski explora nosso espaço interior e revela que ele é muito mais perigoso que o espaço sideral. Solaris é filosófico e metafísico. É profundo e complexo. É, acima de tudo, humano. Um filme que só melhora a cada nova “visita”. Algo que só acontece com verdadeiras obras de arte. Em tempo: Steven Soderbergh refilmou Solaris em 2002. Não é ruim, porém, não tem o mesmo brilho do original.
SOLARIS (Solyaris – Rússia 1972). Direção: Andrei Tarkovski. Elenco: Natalya Bondarchuk, Donatas Banionis, Yuri Yarvet, Anatoly Solonitsin e Nicolas Grinko. Duração: 166 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Um belo [e perturbador] Tarkovsky!