Em 1994, para variar, comédias românticas estavam em alta. Marisa Tomei havia ganhado, dois anos antes, um Oscar de melhor atriz coadjuvante por Meu Primo Vinny. Robert Downey Jr., recebera uma indicação ao Oscar de melhor ator no ano anterior por Chaplin. Ambos estavam, portanto, em um ótimo momento de suas carreiras. Nada mais natural do que juntá-los em uma história de amor. Só Você, dirigido pelo experiente e versátil Norman Jewison, a partir de um roteiro escrito por Diane Drake, tornou realidade o encontro desses talentos. O filme faz uma intrigante pergunta: nosso destino está realmente traçado? Faith (Tomei) cresceu acreditando que o homem de sua vida seria um certo “Damon Bradley”, nome que apareceu para ela numa tábua ouija. Adulta e tendo esquecido disso, ela está de casamento marcado quando recebe uma ligação do dito cujo, amigo de seu noivo, que diz estar a caminho da Itália e, por conta disso, não poderá comparecer ao matrimônio. Faith larga tudo e viaja para Roma atrás do suposto “príncipe encantado” e acaba conhecendo o “sapo” Peter (Downey Jr.). Alguém me disse certa vez que qualquer filme que tenha o país de Fellini como locação já ganha pontos com o público. Nunca discordei disso. Só Você nos leva à capital italiana e à região de Positano e nesse passeio desfrutamos não apenas de belíssimas paisagens, mas também da boa química entre o par central. Trata-se de uma história previsível, é verdade. Mas qual é o problema de ser assim? No final, o que importa mesmo, como dito na letra da canção do The Platters que inspirou o título do filme, é aquele momento “quando você segura minha mão eu entendo a mágica que você faz, você é meu sonho tornado realidade, meu primeiro e único você”.
SÓ VOCÊ (Only You – EUA/Itália 1994). Direção: Norman Jewison. Elenco: Marisa Tomei, Robert Downey Jr., Bonnie Hunt, Fisher Stevens, Joaquim de Almeida, Billy Zane, John Benjamin Hickey e Adam LeFevre. Duração: 109 minutos. Distribuição: Columbia/TriStar.